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sábado, 23 de novembro de 2013

Aleksandr Oparin e a origem da vida


Aleksandr Ivanovich Oparin


 (1894-1980) 

Foi um bioquímico russo que retomou e aprofundou os estudos sobre a origem da vida, por volta de 1920.

Já em 1924 publicou a mais moderna e aceita teoria para explicar o surgimento da vida na Terra, a partir da evolução química gradual de moléculas baseadas em carbono em uma "sopa primordial", rica em matéria orgânica. Isso culminou com seu livro A Origem da Vida.

Essa teoria foi proposta inicialmente por Thomas Huxley (1825-1895) e Darwin, apesar da sua teoria da evolução não ter a ver coma origem da vida, devido que ela explica como a vida evolui depois da origem, escreveu em carta que a vida deveria ter surgido em um "pequeno lago morno" sugerindo que os componentes químicos essências estivessem presentes e pudessem se organizar para formar a primeira criatura viva.


O pensamento de Oparin


Segundo Oparin, a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos e no início sua temperatura era muito elevada. O resfriamento e a solidificação da crosta ocorreram mais tarde, por volta de 2,5 bilhões de anos. As temperaturas do planeta iam diminuindo gradativamente, e com isso, a água que evaporava se condensava na atmosfera e caía novamente, sob a forma de chuva, que evaporavam novamente, pois as temperaturas ainda eram muito elevadas. Nessa época aconteceram tempestades torrenciais todos os dias, durante milhões de anos.

Alguns cientistas acreditam que cerca de 1018 toneladas de matéria foram agregadas ao planeta Terra através de colisões com asteroides. Essas colisões provocavam um aumento na temperatura.

A atmosfera primitiva era composta por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que se ligaram formando os compostos amônia (NH3), metano (CH4), hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O). Nessa época ainda não havia gás oxigênio (O2), nem nitrogênio (N2).

Com o ciclo de chuvas e tempestades havia muitas descargas elétricas. Essas descargas atuavam sobre as moléculas, promovendo ligações químicas e formando moléculas mais complexas, como os aminoácidos.

Com o resfriamento da Terra, começou a formação de áreas alagadas e exposição das rochas. Essas imensas áreas alagadas deram origem aos oceanos. A água da chuva arrastava os compostos para as rochas. O calor das rochas promoveu ligações químicas entre as moléculas presentes, originando proteinóides, cadeias de aminoácidos, etc.

Essa moléculas, conforme a temperatura da terra ia diminuindo, iam se tornando mais complexas e fazendo cada vez mais ligações, transformando a água dos oceanos em grandes sopas orgânicas. As proteínas formadas foram se aglomerando, até formar os coacervados.

Em algum momento dessa evolução, os coacervados evoluíram e adquiriram a capacidade de se alimentar e reproduzir, dando origem a um ser vivo primitivo muito simples.

Oparin algumas vezes chamado de " Darwin do século XX" não pôde demonstrar a sua teoria, mas aquele trabalho foi concluído pelos cientistas  Stanley L. Miller e Harold C. Urey  em 1953, demonstrando que antes da vida houve uma pré-vida. Segundo esta hipótese, as condições na Terra primitiva favoreciam a ocorrência de reações químicas que transformavam compostos inorgânicos em compostos orgânicos precursores da vida, assim como descrito acima

Oparin juntamente com seu mentor Aleksei N. Bakh foi co-fundador do Instituto Bioquímico da Academia de Ciências da URSS em 1935, e após a morte de Bakh, ele foi diretor do Instituto (1946-1980). Em 1946, como reconhecimento de sua trajetória científica foi admitido na Academia Soviética de Ciências.
Em 1956 Oparin, que nunca foi membro do partido comunista, sofreu muita pressão política e foi destituido de sua posição da divisão de biologia por outro cientista Trofim Denysovich Lysenko e sua visão marxista-leninista da biologia. Mas foi reconduzido por Vladimir A. Engelhardt, expoente soviético na área de Biologia Molecular que vivia sua expansão nesse período. No início da década de 70 eleito o presidente da “Sociedade Internacional para o Estudo da Origem da Vida". Faleceu aos 86 anos, em 21 de abril de 1980, e foi sepultado em Moscou na Rússia.

Proteínas do nada

Um experimento recente coordenado por Michael Blaber, da universidade Estadual da Florida, chegou mais perto de demonstrar que a vida pode ter começado mesmo com os aminoácidos, organizados aleatoriamente para formar proteínas. A equipe produziu diversas alterações numa protéina originalmente criada por um ser vivo, a fim de recompo-la somente com os aminoácidos mais simples, presentes em locais onde não há vida. com isso eles demonstraram que é possível montar uma proteína funcional mesmo com esse alfabeto limitado. Caso a vida de fato tenha começado por essa rota, a armazenagem da infomação no DNA e no RNA viria so numa segunda etapa.



Experimento de Stanley L. Miller e Harold C. Urey:




Fonte: Infoescola, USP e revista Super Interessante

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