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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Nova técnica para medir massa de exoplanetas

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ilustração do espectro de transmissão de um planeta


Até o momento, os cientistas detectaram a existência de mais de 1.000 exoplanetas em órbita de outras estrelas que não o nosso Sol.

Para determinar se estes mundos distantes são habitáveis, precisamos de saber a sua massa - o que pode ajudar os cientistas a discernir se o planeta é feito de gás ou rocha e outros materiais de apoio à vida.

Mas as técnicas atuais para estimar a massa exoplanetária são limitadas. A velocidade radial é o principal método usado pelos cientistas: pequenas oscilações na órbita da estrela à medida que é puxada pela força gravitacional do planeta, a partir das quais os cientistas podem derivar a relação de massa entre o planeta e a estrela. Para planetas muito grandes, com o tamanho de Netuno, ou mais pequenos como a Terra orbitando muito próximo de estrelas brilhantes, a velocidade radial funciona relativamente bem. Mas a técnica tem menos sucesso com planetas mais pequenos que orbitam mais longe das suas estrelas, tal como a Terra.

Agora, cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram uma nova técnica para determinar a massa de exoplanetas, usando apenas o seu sinal de trânsito, diminuições na luz à medida que um planeta passa em frente da sua estrela. Esta informação tem sido tradicionalmente usada para determinar o tamanho de um planeta e suas propriedades atmosféricas, mas a equipe do MIT descobriu uma maneira de interpretá-la de tal forma que também revela a massa do planeta.

Além da composição de um planeta, a sua massa pode fornecer um vislumbre da superfície do planeta e da sua atividade interna. A massa afeta tudo a um nível planetário, tal como placas tectônicas, o seu arrefecimento interno e convecção, o modo como gera campos magnéticos, e se o gás escapa da sua atmosfera.

Usando grandes telescópios como o Spitzer ou o Hubble, os cientistas foram capazes de analisar o espectro de transmissão de exoplanetas recém-descobertos. Um espectro de transmissão é gerado à medida que um planeta passa em frente da sua estrela, deixando escapar um pouco de luz pela sua atmosfera. Ao analisar os comprimentos de onda de luz que passam pela atmosfera, os cientistas conseguem determinar as propriedades atmosféricas de um planeta, tais como a temperatura e a densidade de moléculas. Da quantidade total de luz bloqueada, podem calcular o tamanho de um planeta.

Para determinar a massa de um exoplaneta usando espectroscopia de transmissão foi utilizado o efeito que a massa de um planeta tem na sua atmosfera, pois os espectros de transmissão dão informações sobre as propriedades atmosféricas do planeta. Para tal, trabalhou a partir de uma equação padrão que descreve o efeito da temperatura, força gravitacional e densidade atmosférica de um planeta sobre o seu perfil de pressão atmosférica, o modo como a pressão muda ao longo da sua atmosfera.

De acordo com esta equação, sabendo qualquer destes três parâmetros revelaria o quarto parâmetro. Dado que a massa de um planeta pode ser derivada a partir da sua força gravitacional, a massa de um planeta por ser derivada a partir da sua temperatura atmosférica, perfil de pressão e densidade, parâmetros que, em princípio, podem ser obtidos a partir de um espectro de transmissão.

Para provar que a temperatura, perfil de pressão e densidade atmosférica de um planeta podem ser derivadas de forma independente a partir de um espectro de transmissão, foi demonstrado que cada parâmetro tem um efeito marcante num espectro de transmissão. Os pesquisadores realizaram novas derivações analíticas a partir dos primeiros princípios de transferência radiativa, e descobriu uma constante matemática do século XVIII, com o nome de constante Euler-Mascheroni, que ajuda a revelar os efeitos individuais de cada parâmetro. Esta constante atua como uma "chave de encriptação" para descodificar o processo pelo qual as propriedades da atmosfera de um planeta são incorporadas no seu espectro de transmissão.

Para testar o método foi aplicada a técnica a um exoplaneta recém-descoberto, conhecido como HD 189733 b, localizado a 63 anos-luz de distância. Com os cálculos foi obtida a mesma medição de massa como a realizada por outros usando a velocidade radial.

Usando as especificações dos futuros telescópios espaciais de alta resolução, como o Telescópio Espacial James Webb, um instrumento concebido para estudar atmosferas exoplanetárias, os pesquisadores mostraram que a nova técnica será capaz de caracterizar a massa e propriedades atmosféricas de planetas mais pequenos, do tamanho da Terra.


Fonte: Science e Cosmo Novas

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Uma breve história da origem do sistema solar

Segundo o conhecimento atual.






O universo tinha cerca de bilhões de anos. Nossa galáxia a Via láctea, ou partes dela, já existia há uns 8 bilhões de anos, quase tão velha quanto o próprio cosmo. Uma profusão de estrelas nasciam e morriam. No meio da confusão, uma nuvem de gás gigantesca, consistindo principalmente de hidrogênio e hélio, flutuava em torno do vazio do espaço em torno de si mesma. De repente uma estrela vizinha chegou ao fim de sua vida normal. Nos seus estertores passou a fundir os elementos químicos mais pesados da tabela periódica a um ritmo frentetico. pulsou dramaticamente algumas vezes ate explodir com enorme violência, uma supernova,  jorrando suas entranhas pelas distância siderais. A onda de choque colidiu com a nuvem de hidrogênio semeando-a com a química da vida - carbono, nitrogênio, sódio, ferro... e causando seu colapso. A própria gravidade da nuvem forçou-a a contrair-se, enquanto continuava a girar em  torno de si mesma. Aos poucos foi-se alongando no equador e achantando-se nos polos, tomando a forma de um disco, enquanto a maior parte do material foi concentrando-se no centro. Com o acumulo de matéria na região central, o hidrogênio lá foi exprimido e sua temperatura e pressão aumentaram. Quando a temperatura atingiu 15 milhões de graus, a fusão nuclear de hidrogênio em hélio começou, liberando uam enorme quantidade de energia em radiação e neutrinos. Essa energia contrabalançou a implosão gravitacional da massa: desse equilibrio  entre implosão e explosão nasceu uma estrela, nosso sol.



Em torno dela, dispersada no plano do disco como uma especie de pizza cósmica, a matéria foi se concentrando em pequenos bólidos, os ancestrais dos planetas. Aqueles mais distantes do centro, onde era mais frio coletaram fragmentos de gases congelados que existiam em abundância e cresceram mais rapidamente: Netuno, Urano, Saturno e júpter. Os mais perto do centro formaram principalmente de material rochoso, já que os gases evaporaram: Marte, Terra, Vênus, Mercúrio. O material que não foi coletado nos planetoides acabou por acumular-se na forma de cinturão circundando o Sol. Entre Marte e Júpiter encontra-se o cinturão de asteroides, a fronteira entre os planetas rochosos e os gigantes gasosos. Além de Netuno encontram-se as bolas de gelo e poeira do cinturão de Kuiper, a casa de alguns cometas de período curto e de Plutão, que hoje é considerado um planeta anão; mais distante ainda, encontra-se a nuvem de Oort, a casa de trilhões de bolas gelo e poeira, o berçário dos cometas. A Terra, a terceira pedra em torno do sol, tinha uma posisão privilegiada : se fosse um pouco mais longe seria fria demais; um pouco mais próxima quente demais. As condições perfeitas para existir água em abundância  e a química da vida se desenvolver.

A origem da vida é uma questão complexa, multifacetada. Temos que dividi-la em varias partes, cada uma exibindo uma riqueza inimaginável de ideias e possibilidades.





Texto de Marcelo Gleiser do livro Criação Imperfeita




domingo, 22 de dezembro de 2013

A teoria do buraco branco




Bom , você já deve conhecer os Buracos Negros que sugam toda matéria e luz existentes ao seu redor, mas e de Buracos Brancos?

Em Astrofísica, Buraco branco é um objeto teórico previsto pela teoria da relatividade, e apesar de serem  matematicamente viáveis,  não tem comprovação por observação ou experimento se eles existem. 

Seriam o outro lado de um buraco negro,  um tipo de “túnel” que conecta dois lados opostos do espaço sideral, se algo entrar em uma das extremidades do “canal” chegará imediatamente à outra parte. É como se a matéria que entra em um buraco negro saísse do outro lado no buraco branco. Então, ao contrario do buraco negro que suga tudo a sua volta, no buraco branco nada pode cair, ele expeli a matéria.

Alguns autores sugerem sua existência no centro de “galáxias em explosão”.  Outras teorias foram levantadas: se existirem outros Universos, é possível que a matéria “sugada” por um buraco negro em um Universo X seja expelida por um buraco branco em outro Universo Y. Entretanto, nada disso foi comprovado. Se os buracos brancos realmente existem, provavelmente são imperceptíveis ou insignificantes. Ou se autodestruam, a matéria expelida se unificaria gravitacionalmente e entraria em colapso, formando um buraco negro que engoliria o buraco branco.


sábado, 21 de dezembro de 2013

Aglomerados estelares com mais nitrogênio

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A imagem acima mostra os aglomerados globulares localizados no halo de galáxia.


Estrelas de idade e composição distintas formam os mais antigos agrupamentos de matéria das galáxias.


Surgidos entre 12 e 10 bilhões de anos atrás, os sistemas estelares mais antigos ainda existentes na Via Láctea e outras galáxias são enormes agrupamentos de matéria que reúnem centenas de milhares de estrelas. Na Via Láctea são conhecidos em torno de 160 sistemas desse tipo, distribuídos sob a forma de um halo em torno da galáxia. Denominadas tecnicamente aglomerados globulares, tais formações podem guardar a chave para a compreensão de alguns dos mistérios do Universo primordial. Até o final da década passada, a ideia corrente entre os astrofísicos era a de que todas as estrelas de um aglomerado teriam se formado de uma só vez e, basicamente, com a mesma composição química. Observações mais recentes, no entanto, lançaram dúvidas sobre esse modelo ao mostrarem que há em certos aglomerados globulares várias gerações de estrelas, com distintas idades e diferentes abundâncias de certos elementos da tabela periódica. Em outras palavras, o processo de formação dos aglomerados não deve ter sido tão simples como se cogitou no passado. Um artigo científico publicado em 10 de outubro na revista Astrophysical Journal Letters pelo astrofísico brasileiro Ricardo Schiavon, professor da Universidade John Moores de Liverpool, Inglaterra, reforça essa suspeita atual.

No trabalho, Schiavon apresenta uma espécie de lei que parece reger a dinâmica envolvida no surgimento dos aglomerados: quanto maior for a massa desse tipo de formação, maior a quantidade de nitrogênio presente em suas estrelas. Tal correlação é interpretada como uma evidência de que realmente existem várias gerações de estrelas dentro dos aglomerados e de que as populações estelares mais jovens são mais ricas em nitrogênio do que as mais antigas. “Pela primeira vez estabeleceu-se de maneira sólida uma correlação empírica entre um parâmetro global dos aglomerados globulares, como a sua massa, e a composição química das suas estrelas”, diz Schiavon.

“Essa ligação sugere fortemente que os aglomerados de fato sofreram uma evolução química intrínseca.” Com o passar do tempo, o meio interestelar dos aglomerados, constituído de poeira e gás, deve ter se tornado mais rico em nitrogênio, produzido e ejetado pelas primeiras gerações de estrelas ali formadas, e a maior quantidade desse elemento foi progressivamente incorporada à composição das populações subsequentes de estrelas surgidas no interior desses sistemas.

Ao lado de colegas dos Estados Unidos e Canadá, o brasileiro encontrou essa correlação depois de ter medido a luz integrada, a luminosidade média de todas as estrelas de 72 aglomerados de Andrômeda (M31), a maior galáxia espiral situada nas proximidades da Via Láctea. Além de estudar a abundância de nitrogênio, os pesquisadores analisaram as quantidades de carbono, ferro, magnésio e cálcio nos aglomerados. Mas, nesses casos, não encontraram uma conexão clara entre massa e qualquer um desses elementos. Embora os aglomerados de nossa própria galáxia estejam muito mais próximos, os pesquisadores optaram por trabalhar com a galáxia vizinha.

“Em certo sentido, é mais fácil estudar os aglomerados de Andrômeda do que os de nossa galáxia porque não precisamos olhar em meio a uma floresta de estrelas situadas no “primeiro plano” da nossa visão”, diz o astrofísico Charlie Conroy, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, coautor do trabalho. “Mas os resultados que encontramos devem valer para aglomerados de quaisquer galáxias, inclusive a Via Láctea.”

O nitrogênio é sintetizado em grande quantidade por estrelas de porte intermediário, com massa de quatro a oito vezes maior do que a do Sol. Como só foi encontrada uma correlação entre a massa dos aglomerados e a presença desse elemento em suas estrelas, os astrofísicos suspeitam que o processo de enriquecimento químico ocorrido no interior desse tipo de formação estelar se deu por meio da incorporação de matéria ejetada por estrelas de tamanho médio. Quando atingem a meia-idade, tais estrelas ejetam grande quantidade de massa sob a forma de ventos estelares. Grandemente enriquecido em nitrogênio, esse material contaminou o gás onde se formaram as gerações mais jovens de estrelas, que, assim, se tornaram mais ricas nesse elemento.

Para a astrofísica Beatriz Barbuy, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), especialista na caracterização química de populações estelares (que não participou do estudo com os aglomerados globulares), o trabalho de Schiavon e seus colegas foi bem feito e apresenta resultados consistentes. “A correlação encontrada entre massa e abundância de nitrogênio é importante em vista da grande resistência que havia no passado à ideia de autoenriquecimento de aglomerados”, diz Beatriz. “Ela também confirma as evidências atuais de que há diversas populações de estrelas subsequentes em aglomerados.”

Fonte: FAPESP (Pesquisa) e Cosmo Novas

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Conexões cerebrais são diferentes em homens e mulheres



Há muito tempo a ciência estuda as diferenças cerebrais entre homens e mulheres para explicar cientificamente o comportamento de cada gênero. Essas pesquisas, que geralmente fomentam a “guerra dos sexos”, procuram entender como o cérebro funciona em atividades diferentes. Por exemplo, estudos mostram que os homens tendem a dirigir melhor porque seu lobo parietal inferior – associado a tarefas do tipo visual e espacial – é maior. Já as mulheres falam mais porque seu cérebro tem níveis mais elevados da proteína Foxp2, determinante na linguagem humana.
Seguindo essa linha, cientistas da Universidade da Pensilvânia usaram uma nova técnica para analisar as diferenças morfológicas entre os cérebros de cada sexo. Por meio de ressonâncias magnéticas com tensor de difusão, eles digitalizaram o cérebro de 428 homens e 521 mulheres com idades entre oito e 22 anos. Os resultados revelam as conexões entre diferentes áreas cerebrais, mostrando porque cada sexo é melhor ou pior em determinadas atividades.
O estudo, publicado na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS), revela que os homens têm mais conexões entre a parte frontal e posterior de cada hemisfério cerebral, o que favorece a integração entre as regiões responsáveis pela ação coordenada (frontal) e a percepção (posterior). Já as mulheres apresentam mais conexões transversais, integrando as funções de análise e processamento de informações (hemisfério esquerdo) com a intuição (hemisfério direito). Este padrão se inverte na área do cerebelo, associada à coordenação motora, percepção e cognição.
O que isso significa? De acordo com as novas descobertas, as conexões cerebrais dos homens os tornam mais aptos a aprender e executar tarefas de resposta imediata, como as ligadas à mobilidade e orientação espacial, tais como ler mapas, andar de bicicleta, nadar ou estacionar o carro. Já as mulheres são melhores em memorização facial e habilidades sociais, incluindo a linguagem. Isso as torna mais aptas a encontrar soluções em grupo, o que se explica por sua facilidade de coordenação entre o processamento intuitivo e o analítico.
Como demonstraram estudos anteriores, a estrutura do cérebro feminino também é mais funcional na realização simultânea de tarefas múltiplas (multitasking).
Todas essas características levam os cientistas a crer que existe uma complementaridade notável entre homens e mulheres. No entanto, eles destacam que as diferenças entre os sexos geralmente se evidenciam após a puberdade, já que os cérebros dos voluntários de oito a 13 anos apresentavam diferenças menores.
Embora os analistas concordem que o novo estudo pode ser útil para a compreensão das doenças neurológicas que afetam de forma diferente homens e mulheres, eles também alertam que seus resultados são flexíveis, já que essas conexões podem mudar ao longo de toda a vida. O próximo passo será identificar como as associações neurais diferem entre indivíduos do mesmo sexo.

Fonte: Discovery

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Antártica pode estar repleta de diamantes



Um grupo de cientistas descobriu fortes evidências de que as montanhas da Antártica têm muito mais do que gelo - elas podem abrigar depósitos de diamantes.
Em um trabalho publicado na revista "Nature Communications", o grupo (liderado por pesquisadores australianos) revelou ter encontrado pela primeira vez na região rochas conhecidas como kimberlitos, que costumam abrigar diamantes.
Diamantes são formados a partir de carbono puro encontrado em locais profundos sob temperaturas e pressão extremas.
Erupções vulcânicas trazem esses cristais valiosos para a superfície, normalmente preservados dentro dos kimberlitos.
A presença dessas rochas é considerada um indício da existência de depósito de diamantes em várias partes do mundo, incluindo África, Sibéria e Austrália.
Os pesquisadores encontraram e collheram três amostras do material nas montanhas Príncipe Charles.
Mesmo se descobrirem uma grande quantidade de diamantes na região, isso não significa que haverá mineração no local.
Um tratado internacional proíbe qualquer extração de fontes minerais, a não ser em casos de pesquisas científicas.
O tratado, no entanto, será revisto em 2041 e pode alterar esse cenário.
"Não sabemos quais serão os termos do tratado após 2041 ou se haverá alguma tecnologia que possa tornar economicamente viável a extração de dimamentes na Antártica', disse Kevin Hughes, do Comitê Científico para Pesquisas na Antártica.

Fonte G1

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

7 palavras usadas pelos cientistas e mal compreendidas pelo público



Hipótese. Teoria. Direito. Essas palavras são usadas normalmente pelos cientistas mas recebidas de forma errada pelo público.

Agora, um cientista está argumentando que as pessoas devem acabar com estas palavras mal entendidas por completo e substituí-las por outras. Mas essas não são as únicas palavras de ciência que causam problemas, e simplesmente substituir as palavras por outras irá apenas levar a novos termos, amplamente incompreendidos, disse vários outros cientistas.

"Uma palavra como" teoria "é um termo técnico-científico", disse Michael Fayer, um químico da Universidade de Stanford. "O fato de que muitas pessoas entendem o seu significado científico de forma incorreta não significa que devemos parar de usá-lo. Isso significa que precisamos de uma melhor educação científica . "
Conheça algumas dessas palavras:
1. Hipótese
O público em geral tão amplamente abusa das palavras hipótese , teoria e lei que os cientistas deveriam parar de usar esses termos, escreve o físico Rhett Allain de Southeastern Louisiana University.
"Eu não acho que neste momento vale a pena salvar essas palavras", disse Allain LiveScience.
Uma hipótese é uma proposta de explicação para algo que pode realmente ser testado. Mas no vocabulario comum quer dizer apenas um palpite
2. Apenas uma teoria?
Negadores da mudança climática e criacionistas têm implantado a palavra "teoria" para lançar dúvidas sobre a mudança climática e evolução por exemplo.
"É como se não fosse verdade, porque isso é apenas uma teoria", disse Allain.
Isso apesar do fato de que uma enorme quantidade de evidências suporta tanto a mudança climática causada pelo homem e tanto a teoria da evolução de Darwin.
Parte do problema é que a palavra "teoria" significa algo muito diferente em linguagem leiga do que na ciência: Uma teoria científica é uma explicação de algum aspecto do mundo natural que foi fundamentada através de experimentos ou testes repetidos. Mas, para o público leigo, uma teoria é apenas uma ideia que vive na cabeça de alguém, em vez de uma explicação enraizado na experiência e testes.
Um dos aspectos mais importantes das teorias é que elas são todas provisórias. A ciência está sempre reavaliando suas teorias, testando-as em cenários diferentes, e buscando novas evidências na natureza. O resultado é que eventualmente os cientistas encontram alguma evidência que sugere que uma teoria está errada.
Se for encontrada uma evidência legítima que contraria alguma teoria, o trabalho seguinte é avaliar o impacto da nova descoberta: se ela invalida toda a teoria ou apenas parte dela. Em alguns casos, quando parte da teoria é invalidada, o que acontece é que a teoria é modificada para acomodar as novas evidências.
Uma teoria científica representa o conhecimento científico tido como mais correto, e se compõe de hipóteses testáveis, e hipóteses que foram testadas, além de fatos que as evidenciam. As teorias não são transformadas nunca em leis ou verdades definitivas. Elas podem ser abandonadas ou aperfeiçoadas pelas evidências descobertas pela investigação científica. Além disso, as teorias são usadas para fazer previsões que mais tarde são testadas ou investigadas em laboratório ou na natureza, e que também servem para refutar as teorias ou aumentar a confiança que temos nelas.
3. Modelo
No entanto, a teoria não é a única em ciência que causa problemas. Mesmo o termo preferido de Allain para substituir hipótese, teoria e lei, o termo "modelo" - tem seus problemas. A palavra não se refere apenas aos carros de brinquedo e caminhantes da pista, mas também significa coisas diferentes em diferentes campos científicos. Um modelo climático é muito diferente de um modelo matemático, por exemplo.
"Os cientistas de diferentes áreas usam esses termos de forma diferente um do outro," John Hawks, antropólogo da Universidade de Wisconsin-Madison, escreveu em um e-mail para LiveScience. "Eu não acho que a palavra " modelo "melhora as coisas. Ele tem uma aparência de solidez na física agora, principalmente por causa do Modelo Padrão. Pelo contrário, na genética e evolução, "modelos" são usados ​​de forma muito diferente. " (O Modelo Padrão é a física de partículas governar teoria dominante.)
4. Cético
Quando as pessoas não aceitam a mudança climática causada pelo homem, a mídia muitas vezes descreve esses indivíduos como " céticos do clima ". Mas isso pode dar-lhes muito crédito, Michael Mann, um cientista do clima na Universidade Estadual de Pensilvânia, escreveu em um e-mail.
Um cientista cético (ou empírico) questiona crenças com base na compreensão científica. A maioria dos cientistas, sendo cientistas céticos, testam a confiabilidade de certos tipos de afirmações, submetendo-as a uma investigação sistemática usando alguma forma de método científico. O ceticismo científico é uma defesa do público crédulo contra o charlatanismo e explicações sobrenaturais para fenômenos naturais.
Apesar de o ceticismo envolver o uso do método científico e do pensamento crítico, isto não necessariamente significa que os céticos usem estas ferramentas constantemente.

5. Natureza versus criação 

Essa frase também dá aos cientistas uma dor de cabeça, uma vez que simplifica radicalmente um processo muito complicado, disse Dan Kruger, um biólogo evolucionista da Universidade de Michigan.
"Isso é algo que os evolucionistas modernos assustar com" Kruger disse LiveScience.
Genes podem influenciar os seres humanos, mas assim, também, fazer mudanças epigenéticas . Essas modificações alteram quais genes são ligados, e ambos são hereditárias e facilmente influenciável pelo ambiente. O ambiente que molda o comportamento humano pode ser qualquer coisa, desde a alimentação que um feto recebeu no útero até uma doutrinação na infância, disse Kruger. Todos esses fatores interagem de uma forma imprevisível. Juntos o genótipo e o fenótipo moldam o individuo.
6. Significativo
Outra palavra que perturba os cientistas  é "significativo".
Em estatística, algo é significativo se a diferença é pouco provável que seja devido ao acaso. Mas isso não pode se traduzir em uma diferença significativa, em, digamos, os sintomas de dor de cabeça ou QI.
7. Natural
"Natural" é outro bicho-papão para os cientistas. O termo tornou-se sinônimo de ser virtuoso, saudável ou bom. Mas nem tudo que é artificial é insalubre, e nem tudo que é natural é bom para você.
"O urânio é natural, e se você injetar o suficiente, você vai morrer", disse Kruger.
Irmão do Natural "orgânica" também tem um significado problemático, disse ele. Enquanto orgânica significa simplesmente "base de carbono-" para os cientistas, o termo é agora usado para descrever pêssegos livres de pesticidas e lençóis de algodão de alta qualidade, também.
 Educação de má qualidade 
Mas, ainda que estas palavras podem ser mal interpretadas rotineiramente, o verdadeiro problema, dizem os cientistas, é que as pessoas não recebem a educação científica rigorosa no ensino médio. Como resultado, o público não entende como explicações científicas são formadas, testadas e aprovadas.
Além do mais, o cérebro humano não evoluiu para compreender intuitivamente os conceitos científicos fundamentais, tais como hipóteses ou teorias, disse Kruger.
A maioria das pessoas tendem a usar atalhos mentais para dar sentido à cacofonia de informação que é apresentado  todos os dias.
Uma dessas tendências é fazer uma "distinção binária entre algo que é verdade em um sentido absoluto e algo que é falso ou uma mentira", disse Kruger. "Com a ciência, é mais de um continuum. Estamos construindo continuamente o nosso entendimento."
Fonte:

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Novas simulações propõem o Universo como um holograma


Uma equipe de físicos publicou algumas das evidências mais claras de que o nosso Universo pode ser apenas uma grande projeção.

A ideia de Maldacena empolgou físicos porque oferecia uma maneira de dar apoio sólido à popular, mas ainda sem provas, teoria das cordas – e porque resolvia inconsistências aparentes entre a física quântica e a teoria da gravidade de Einstein.

Ela dava uma pedra de Rosetta matemática aos físicos, uma “dualidade”, que lhes permitia traduzir entre duas linguagens e resolver problemas em um modelo que pareciam intratáveis no outro, e vice-versa. 

Mas apesar de as ideias de Maldacena terem sido consideradas válidas deste então, ainda não existe prova rigorosa.

Em 1997, o físico teórico Juan Maldacena propôs que um modelo audacioso do Universo em que a gravidade surge de cordas vibratórias infinitamente finas, poderia ser reinterpretado nos termos da física estabelecida.

O mundo matematicamente intricado das cordas, que existe em nove dimensões de espaço e uma de tempo, seria meramente um holograma: a verdadeira ação se desenrolaria em um Cosmo mais simples e plano, onde não existe gravidade.

Em um artigo, Hyakutake calcula a energia interna de um buraco negro, a posição de seu horizonte de eventos (a fronteira entre o buraco negro e o resto do Universo), sua entropia e outras propriedades, com base nas previsões da teoria das cordas e também os efeitos das chamadas “partículas virtuais” que continuamente entram e saem da existência.

Em outro, ele e seus colaboradores calculam a energia interna do Cosmo sem gravidade e com menos dimensões.

Os dois cálculos concordam. Em dois artigos postados no repositório arXiv, Yoshifumi Hyakutake da Universidade Ibaraki no Japão e seus colegas agora fornecem, se não provas reais, pelo menos evidências convincentes de que a conjectura de Maldacena é verdadeira.

“Parece um cálculo correto”, declara Maldacena, que atualmente está no Instituto de Estudos Avançados em Princeton, Nova Jersey, e que não contribuiu para o trabalho da equipe.


Mudança de condições


As descobertas “são uma maneira interessante de testar muitas ideias da gravidade quântica e da teoria das cordas”, adiciona Maldacena. Os dois artigos, aponta ele, são a culminação de uma série de trabalhos produzidos pela equipe japonesa nos últimos anos. “Toda a sequência de artigos é muito boa porque testa a natureza dupla dos universos em condições onde não existem testes analíticos”.

“Eles confirmaram numericamente, talvez pela primeira vez, algo que tínhamos bastante certeza de ser verdade, mas que ainda era uma conjectura: que a termodinâmica de certos buracos negros pode ser reproduzida a partir de um Universo com menos dimensões”, explica Leonard Susskind, físico teórico da Stanford University na Califórnia que foi um dos primeiros teóricos a explorar a ideia de universos holográficos.

Mas Maldacena aponta que nenhum dos modelos de universo explorados pela equipe japonesa se parece com o nosso. O Cosmo com um buraco negro tem dez dimensões, e oito delas formam uma esfera octodimensional. O universo sem gravidade tem uma única dimensão, e sua vastidão de partículas quânticas se parece com um grupo de molas idealizadas, ou osciladores harmônicos, ligados uns aos outros.

De qualquer forma, de acordo com Maldacena, a prova numérica de que esses dois mundos aparentemente distintos são na verdade idênticos traz esperança de que as propriedades gravitacionais de nosso Universo possam um dia ser explidadas por um Cosmo mais simples puramente em termos de teoria quântica.



Fonte:

Plásticos biodegradáveis não fazem milagres



O lixo é um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Os moldes de consumo adotados por boa parte das sociedades modernas provocaram o aumento contínuo e exagerado na quantidade de lixo produzido no planeta. Em meio a esse cenário está um dos grandes vilões: o plástico.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), são consumidas no Brasil cerca de 12 bilhões de sacolinhas por ano. Dessas, 80% viram lixo, levando mais de mil anos para se decompor. Mas não são apenas essas embalagens que tem destinação final o estrago da natureza. Segundo um relatório do Programa Ambiental da ONU (Unep, na sigla em inglês), os produtos plásticos, como garrafas, sacos, embalagens de comida, copos e talheres, formam a maior parte do lixo encontrado no oceano. Em algumas regiões, esse elemento corresponde a 80% do lixo marinho.

Do mito à realidade dos biodegradáveis 

Na tentativa de minimizar a pegada, alguns fabricantes adicionam amido ou celulose à mistura de plástico para, assim, acelerar o processo de decomposição de certas embalagens. Mas será que essa biodegradação soluciona mesmo o problema?
A resposa é não! “O título biodegradável não garante nada para absolutamente nada”, avisa Silvia Rolim, engenheira química e assessora técnica da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, uma organização de referência nacional no que diz respeito a assuntos ligados ao plático. “Evidentemente, é melhor optar pelos biodegradáveis, mas a presença de amido ou celulose não é uma garantia de decomposição em ambientes sem luz e oxigênio”, explica ela.
De acordo com a engenheira, o plástico biodegradável requer condições específicas para decompor-se adequadamente. Seu descarte de forma inadequada pode torná-lo tão nocivo para o meio ambiente quanto o plástico convencional. “Até mesmo uma casca de banana quando jogada fora em condições erradas necessita de um a três anos para se biodegradar. A natureza não faz mágica”, complementa Silvia.
Eles se biodegradaram, e agora? 

Mas mesmo no caso dos plásticos biodegradáveis, resta saber no que o material se transforma depois da decomposição. Essa dúvida fez a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) declarar que não se pode afirmar que o uso de plásticos biodegradáveis é mais aconselhável, porque esse novo material pode ocasionar novas formas de contaminação ao solo.
Para Silvia Rolim, a solução integral depende da eficiência da nova política pública nacional de resíduos sólidos e de uma intensa participação das empresas nesse processo. “Qualquer política de resíduos sólidos, isso inclui a utilização ou não de plásticos biodegradáveis, depende de coleta adequada e destinação correta desses resíduos”, reforça a engenheira.

Não é só porque é biodegradável que vamos sair jogando esse lixo na rua ou na natureza ou no mar. A responsabilidade não é somente da empresas, é de todos nós. 


Referência:
Carta Capital

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

DNA humano de 400 mil anos de idade é sequenciado

O DNA de um representante do Homo heidelbergensis de 400 mil anos acaba de ser recuperado e sequenciado. Seu sequenciamento mitocondrial quase completo, detalhado na revista Nature, é agora o mais antigo do gênero entre as espécies humanas.
Ele revelou que o Homo heidelbergensis, o Homem de Heidelberg, viveu durante o Pleistoceno Médio e tinha um ancestral comum com os hominídeos de Denisova, um grupo que migrou da África para a Sibéria com outras espécies do gênero Homo.
“Na África de um milhão de anos atrás, eles provavelmente constituíam um único grupo; mais tarde, os ancestrais dos seres humanos atuais e os neandertais se separaram dos ancestrais do povo com o DNA mitocondrial de Denisova”, explica o co-autor do estudo, Svante Pääbo, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária.
“As análises genéticas mais recentes confirmam que agora podemos estudar o DNA de ancestrais humanos de centenas de milhares de anos”, revela. “Isso permitirá estudar os genes dos ancestrais dos neandertais e denisovanos. É realmente empolgante”.