Ćirković, por sua vez, crê na possibilidade de contato inteligente, mas não em curto prazo. Para ele, a humanidade está mais propensa a detectar vestígios de atividades ligadas à megaengenharia em civilizações extraterrestres avançadas do que receber suas mensagens intencionais. “Desta etapa até a comunicação real com inteligência extraterrestre, se levará muito tempo, o que permitirá uma reflexão mais profunda e preparação para vários desfechos possíveis”, considera.
Seti

Para Ćirković, a forma ortodoxa como ocorre a busca por inteligência extraterrestre é bastante ingênua e improvável de obter sucesso. Ele entende que o chamado projeto Seti (Search for Extraterrestrial Intelligence), que busca contato por sinais de rádio, sofre com a falta de recursos e carece de um grande esforço de reestruturação.

Quillfeldt também destaca a deficiência financeira do Seti e a entende como fator decisivo para o projeto não realizar uma busca completa e, por isso, não ter obtido sucesso até agora. Segundo ele, o termo Seti surgiu em 1959, a partir de artigo dos físicos Giuseppe Cocconi e Philip Morrison na revista científica Nature, propondo o uso do rádio para possibilitar o contato caso a tecnologia extraterrestre fosse razoável.
O Seti, no entanto, não é apenas busca por rádio. Várias são os projetos vinculados ao seu objetivo central. Carlos Wuensche participa do SETI@home, desenvolvido pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, que consiste na disponibilização do seu computador para, em momentos de ociosidade da máquina, receber dados dos telescópios Seti, analisar parte deles e devolvê-los à central - processamento de dados que se chama computação distribuída.
Enquanto isso, a sonda Curiosity avança em Marte, uma empresa holandesa planeja colonizar o planeta vermelho, os telescópios Hubble e Kepler desvendam estrelas distantes, um telescópio espacial pode ser construído graças ao crowdfunding, a captura de um asteroide entra no cronograma da Nasa e o turismo espacial dá seus primeiros passos. A busca continua.