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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Conexões cerebrais são diferentes em homens e mulheres



Há muito tempo a ciência estuda as diferenças cerebrais entre homens e mulheres para explicar cientificamente o comportamento de cada gênero. Essas pesquisas, que geralmente fomentam a “guerra dos sexos”, procuram entender como o cérebro funciona em atividades diferentes. Por exemplo, estudos mostram que os homens tendem a dirigir melhor porque seu lobo parietal inferior – associado a tarefas do tipo visual e espacial – é maior. Já as mulheres falam mais porque seu cérebro tem níveis mais elevados da proteína Foxp2, determinante na linguagem humana.
Seguindo essa linha, cientistas da Universidade da Pensilvânia usaram uma nova técnica para analisar as diferenças morfológicas entre os cérebros de cada sexo. Por meio de ressonâncias magnéticas com tensor de difusão, eles digitalizaram o cérebro de 428 homens e 521 mulheres com idades entre oito e 22 anos. Os resultados revelam as conexões entre diferentes áreas cerebrais, mostrando porque cada sexo é melhor ou pior em determinadas atividades.
O estudo, publicado na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS), revela que os homens têm mais conexões entre a parte frontal e posterior de cada hemisfério cerebral, o que favorece a integração entre as regiões responsáveis pela ação coordenada (frontal) e a percepção (posterior). Já as mulheres apresentam mais conexões transversais, integrando as funções de análise e processamento de informações (hemisfério esquerdo) com a intuição (hemisfério direito). Este padrão se inverte na área do cerebelo, associada à coordenação motora, percepção e cognição.
O que isso significa? De acordo com as novas descobertas, as conexões cerebrais dos homens os tornam mais aptos a aprender e executar tarefas de resposta imediata, como as ligadas à mobilidade e orientação espacial, tais como ler mapas, andar de bicicleta, nadar ou estacionar o carro. Já as mulheres são melhores em memorização facial e habilidades sociais, incluindo a linguagem. Isso as torna mais aptas a encontrar soluções em grupo, o que se explica por sua facilidade de coordenação entre o processamento intuitivo e o analítico.
Como demonstraram estudos anteriores, a estrutura do cérebro feminino também é mais funcional na realização simultânea de tarefas múltiplas (multitasking).
Todas essas características levam os cientistas a crer que existe uma complementaridade notável entre homens e mulheres. No entanto, eles destacam que as diferenças entre os sexos geralmente se evidenciam após a puberdade, já que os cérebros dos voluntários de oito a 13 anos apresentavam diferenças menores.
Embora os analistas concordem que o novo estudo pode ser útil para a compreensão das doenças neurológicas que afetam de forma diferente homens e mulheres, eles também alertam que seus resultados são flexíveis, já que essas conexões podem mudar ao longo de toda a vida. O próximo passo será identificar como as associações neurais diferem entre indivíduos do mesmo sexo.

Fonte: Discovery

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