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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Cientistas criam primeira célula sintética

 Bactéria M. mycoides 






A partir de um cromossomo já sintetizado com quatro substâncias químicas em um sintetizador químico, seguindo informações de um computador. Os estudos foram realizados pelo J. Craig Venter Institute, instituição situado em Maryland e na Califórnia. Os cientistas acreditam que essa nova técnica ajude a gerar bactérias planejadas para a solução de problemas ambientais, energéticos e da saúde humana com melhor exatidão.

No experimento, os pesquisadores sintetizaram o genoma da bactéria M. mycoides, adicionando a ele sequências de DNA como "marcas d'água" para que a bactéria pudesse ser distinguida das naturais (não sintéticas).

Foram adicionadas sequências curtas que foram juntadas por enzimas de correção de DNA presentes nas leveduras das células. As sequências foram inseridas em bactérias E. coli e, posteriormente, foram transferidas de volta ao fermento. Os cientistas conseguiram produzir um genoma com mais de um milhão de pares de comprimento.

Na fase final, após três rodadas deste processo, os pesquisadores inseriram o genona sintético da bactéria M. mycoides na bactéria Myoplasma capricolum. O novo genoma passou a controlar as células receptoras.

Embora 14 genes tenham sido apagados ou alterados na bactéria transplantada, as células apresentaram a aparência de bactérias M. Mycoides normais e produziram apenas proteínas M. mycoides, segundo os autores do estudo.

Repercussão

Em entrevista à BBC, o especialista em biologia sintética Paul Freeman, codiretor do EPSRC Centre for Synthetic Biology do Imperial College, em Londres, disse que o estudo de Venter e sua equipe pode marcar o início de uma nova era na biotecnologia.

"Eles demonstraram que o DNA sintético pode assumir o controle e operar as funções da nova célula receptora em termos de replicação e crescimento", disse Freeman.
Freeman lembra que a célula receptora é uma célula natural, não sintética, mas "o que Venter e sua equipe mostraram é que, após o transplante e várias divisões celulares, a célula receptora assumiu algumas das características ou fenótipo do novo genoma nela inserido".

"É um avanço extraordinário, oferecendo uma prova de que, em teoria, é possível que genomas inteiros sejam sintetizados quimicamente, montados e implantados em células receptoras".

"Claro que precisamos ter cautela, já que não temos certeza de que essa abordagem funcionaria em genomas maiores e mais complexos".

"Ainda assim, este avanço representa um marco na nossa capacidade de criar células feitas pelo homem para fins estabelecidos pelo homem", concluiu Freeman.

O estudo de Venter e sua equipe foi financiado pela empresa Synthetic Genomics. Três dos autores e o J. Craig Venter Institute possuem ações da companhia.

O instituto fez pedidos de patente para algumas das técnicas descritas no estudo.


Fontes: Folha Online e Brasil Escola

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