CURRENT MOON

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Imagens mostram nuvem de gás sendo despedaçada por um buraco negro

Clique nas imagens para ampliar


Astrônomos observaram pela primeira vez uma nuvem de gás sendo despedaçada pelo buraco negro de massa extremamente elevada que se encontra no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. A nuvem está tão esticada que a sua parte da frente já passou pelo ponto mais próximo e se desloca agora para longe do buraco negro a mais de 10 milhões de quilômetros por hora, enquanto a cauda da nuvem ainda cai em direção ao buraco negro.


Em 2011, cientistas utilizaram o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) para descobrir uma nuvem de gás com várias vezes a massa da Terra acelerando em direção ao buraco negro. Esta nuvem está agora atingindo sua máxima aproximação, e as novas observações do VLT mostram que a nuvem está sendo esticada pelo campo gravitacional extremo do buraco negro.
“O gás que se encontra em uma das extremidades da nuvem está esticado ao longo de mais de 160 bilhões de quilômetros em torno do ponto da órbita mais próximo do buraco negro. E o ponto de maior aproximação está a apenas um pouco mais que 5 bilhões de quilômetros de distância do buraco negro propriamente dito - por pouco não caindo lá dentro”, explica Stefan Gillessen, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, que liderou a equipe de observação. “A nuvem está tão esticada que atingir o ponto de maior aproximação ao buraco negro é um processo que dura não apenas um instante, mas um longo período de pelo menos um ano.”
A origem da nuvem de gás permanece um mistério, embora não haja falta de ideias sobre este assunto. As novas observações diminuem, no entanto, as possibilidades. O culminar deste evento cósmico único no centro da nossa galáxia está acontecendo e sendo observado de perto por astrônomos em todo o mundo. A extensa campanha de observação fornecerá uma riqueza de dados, revelando mais não somente sobre a nuvem de gás, mas também sobre as regiões próximas do buraco negro, as quais não tinham ainda sido estudadas anteriormente, e os efeitos da gravidade extremamente elevada.





“Tal como um desafortunado astronauta num filme de ficção científica, vemos que a nuvem está ficando tão esticada que parece um esparguete, o que quer dizer que provavelmente não terá uma estrela no seu interior,” conclui Gillessen. “Neste momento pensamos que o gás veio muito provavelmente das estrelas que orbitam o buraco negro.”

A distância da maior aproximação corresponde a cerca de cinco vezes a distância Neptuno - Sol, o que é realmente muito próximo para um buraco negro com uma massa de quatro milhões de vezes a do Sol!
Num espectrógrafo de campo integral a radiação colectada em cada pixel é separada individualmente nas suas componentes de cor, e por isso a cada pixel corresponde um espectro. Estes espectros são seguidamente analisados individualmente e usados para, por exemplo, criar mapas da velocidade e das propriedades químicas de cada parte do objeto observado.





Imagem mostra as observações do Very Large Telescope de 2006, 2010 e 2013, em azul, verde e vermelho, respectivamente

Foto: ESO/S. Gillessen / Divulgação


Fonte:

http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1332/

Mariane SD

Nenhum comentário:

Postar um comentário