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sábado, 1 de junho de 2013

Cientistas publicam descobertas sobre evolução de pinguins

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Assim como muitas aves, pinguins precisam viajar muito entre seus locais de alimentação e reprodução. Mas em vez de voar, eles nadam. É uma jornada difícil, que deixa biólogos coçando a cabeça para saberem porquê as aves não mantiveram sua capacidade de voar quando sua capacidade de mergulhar evoluiu. Um novo estudo argumenta que aves não podem ser mestres de voos e mergulhos ao mesmo tempo, porque a capacidade de voar deve enfraquecer os animais adaptados ao mergulho.

Em vez de observar pinguins, uma equipe liderada pelo biólogo Kyle Elliott da University of Manitoba em Winnipeg, no Canadá, examinou espécies de aves marinhas mergulhadoras que ainda têm alguma capacidade de voo. Entre elas, o biguá-pelágico (Phalacrocorax pelagius), uma espécie que se impulsiona embaixo d’água com patas palmeadas, e o airo de Brünnich [NT: também conhecido como ‘airo-de-freio’], (Uria lomvia), que bate suas asas embaixo d’água para nadar.

Os pesquisadores marcaram os airos com gravadores que mediam seu tempo de mergulho, profundidade e temperatura, e os biguás com dispositivos que mediam profundidade, temperatura e mudanças de aceleração durante mergulhos. Eles também injetaram água marcada com isótopos nas aves. Quando, mais tarde, os pesquisadores testaram os pássaros, os marcadores permitiram que calculassem quanto dióxido de carbono e vapor d’água as aves haviam expelido desde que a água foi introduzida, e assim calcular a energia gasta com mergulhos e voos.

Em seguida a equipe comparou seus resultados com alguns que já haviam sido coletados para aves como gansos e pinguins. Eles descobriram que tanto os biguás quanto os airos devem gastar quantidades extremamente altas de energia para voar – as mais altas conhecidas entre todas as aves voadoras.

Quando o assunto era mergulhar, o custo energético para os biguás que usavam as patas eram muito mais altos que os esperados para um pinguim de tamanho semelhante. Os airos, que usam as asas para nadar, tinham custos de mergulho mais baixos que os dos biguás, mas ainda 30% maiores que os de pinguins do mesmo tamanho. Os resultados aparecem em Proceedings of the National Academy of Sciences.

As descobertas revelam que os airos estão diante de uma navalha evolutiva. Elliott e seus colegas especulam que, como as asas de um airo ainda são propícias ao voo, elas criam arrasto embaixo d´água. Além disso, seus corpos pequenos, que têm o peso exato para que decolem, esfriam mais rápido que os corpos mais volumosos de pinguins.

“Basicamente, eles têm que reduzir suas asas ou aumentar de tamanho para melhorar seus mergulhos, e ambos tornariam o voo impossível”, explica Robert Ricklefs, ornitólogo da University of Missouri-St. Louis e co-autor do artigo.

Assunto quente

Mas ainda restam perguntas sobre quanto dos custos energéticos das aves está relacionado a voos e mergulhos ineficazes, e quanto está relacionado a conservar temperatura.

“O problema aqui é que os airos e biguás perdem calor de maneira muito diferente”, observa o ornitólogo Rory Wilson, da Swansea University, no Reino Unido. “Airos carregam muito ar em suas penas e saem secos de mergulhos, enquanto as penas de biguás ficam ensopadas”, aponta ele. Wilson adiciona que biguás podem na verdade ser razoavelmente eficazes para voar, mas parecem ineficazes neste estudo porque estão usando muita energia para lidar com o vento frio que ataca seus corpos molhados.

Outros concordam com a equipe de Elliott. “É ótimo ver tão claramente que o voo é sacrificado em nome de uma melhor habilidade de mergulho”, declara James Lovvorn, ornitólogo da Southern Illinois University em Carbondale. “Agora o que realmente precisamos é de um experimento específico que leve em consideração os custos de se manter aquecido”

Este artigo foi reproduzido com permissão da revista Nature. O artigo foi publicado pela primeira vez em 20 de maio de 2013.



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