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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Lutar contra a maré da pseudociência


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 Esse texto retirado de um dos livros do psicólogo Michael Shermer, que também é historiador da ciência, fundador da Sociedade dos Céticos e diretor da revista Skeptic, aborda um problema da educação americana, mas que é muito semelhante com problemas enfrentados aqui no Brasil, que é uma precariedade no ensino da ciência. O ensino da ciência promove um pensamento critico nas pessoas (ou pelo menos deveria) e um deficit nesse ensino é um prato cheio para as pseudociências e charlatanismo, que travestidas de ciência vem ganhando cada vez mais espaço. Shermer aponta alguns dados que mostram a quantidade de americanos que acreditam em pseudociências e até mesmo que o Sol é um planeta e acredito que esses números não sejam diferentes em nosso país. Fazendo uma comparação com o Japão, Shermer também alerta que a educação e o ensino da ciência deveria começar em casa. Lutar contra a maré da pseudociência foi um dos motivos que Michael teve para escrever seu livro, e ajudando nessa luta estamos aqui compartilhando a sua mensagem. 

Vamos então, ao texto.

Minha segunda razão para ter escrito este livro é a preocupação com uma aparentemente crescente onda de irracionalidade e interesse em alegações paranormais. A pseudociência está florescendo, enquanto a ciência parece avançar com dificuldade. Li artigos de jornais dizendo que 52 por cento dos americanos acreditam em astrologia, 46 por cento acham que a percepção extrassensorial é uma realidade e 25 por cento acreditam na existência de fantasmas. Por outro lado, recebo, na escola onde ensino, relatórios do Educational Testing Service (ETS) que consideram o nível dos alunos em matéria de ciência “desanimador e alarmante”. Recentemente, o ETS mostrou que “mais da metade dos adolescentes de 17 anos do país tem tão pouca noção de ciência que não conseguem se beneficiar de estágios nem se sair bem em empregos que exigem compreensão técnica básica”. Meros 7 por cento obtiveram uma pontuação suficientemente alta para frequentar cursos de ciência de nível universitário.

A notícia alarmante não para por aí. O periódico Social Studies of Science, por exemplo, divulgou recentemente um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) que concluiu que um em cada quatro americanos acha que o Sol é um planeta, não uma estrela, apenas 24 por cento compreendem que o universo está se expandindo e somente um terço dos adultos americanos tem uma compreensão mínima aceitável do universo.

Acredito que a solução para esse problema (a ascensão da pseudociência e o fim da ciência) deve começar em casa. As crianças não se tornam curiosas apenas no primeiro grau. Elas começam a questionar o mundo e as coisas logo depois do nascimento.

Os japoneses perceberam isso. Em 17 de abril de 1989, a edição da revista Newsweek publicou que “os estudantes japoneses têm a maior pontuação em testes de ciência e matemática do mundo”. Porque? “Os pais, principalmente as mães, desempenham um papel central na educação”, dizia o artigo. “Mais de 80 por cento das crianças japonesas aprendem a ler e a escrever antes de ingressar na escola”. O diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Educacional disse: “É como se as mães tivessem seu próprio currículo intrínseco. A primeira brincadeira que ensinam as crianças é contar até dez”.

Esses anos iniciais são críticos para alimentar um espirito cientifico nas crianças. Sim, nossas escolas precisam oferecer uma educação cientifica de melhor qualidade, mas isso não é desculpa para nos esquivarmos de nossas tarefas familiares.


 O livro: 

















Fonte:

http://evolutionacademy.bio.br/2013/03/20/lutar-contra-a-mare-da-pseudociencia/

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