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domingo, 27 de outubro de 2013

Relógio biológico pode desvendar o mistério do envelhecimento



O envelhecimento é uma parte importante da vida e sempre foi um enigma para os cientistas, que nunca conseguiram entender completamente o motivo de as células morrerem. Todas as perguntas relacionadas com esse tema podem, no entanto, ser finalmente respondidas graças a um estudo recente da Universidade da Califórnia. Os resultados dessa pesquisa fornecem uma visão mais ampla sobre o processo de envelhecimento e podem lançar alguma luz nas investigações sobre o câncer e o tratamento com células-tronco.
Steve Horvath, professor de genética humana da Faculdade de Medicina David Geffen, na Universidade da Califórnia, criou um novo relógio baseado na metilação, um processo bioquímico natural que modifica o DNA. Horvath examinou diferentes tipos de tecidos entre os 121 conjuntos de dados obtidos previamente pelos pesquisadores que estudaram a metilação em tecidos humanos saudáveis e cancerosos.
Em seguida, Horvath coletou dados e informações de aproximadamente 8 mil amostras de 51 tipos de tecidos e células retiradas de diferentes partes do corpo e traçou um mapa que mostra como a idade afeta os níveis de metilação do DNA, do pré-natal aos 101 anos. Para conseguir isso, ele se concentrou em 353 biomarcadores que mudam com a idade e estão presentes em todo o corpo. Por fim, a eficácia do novo relógio foi verificada por meio da comparação da idade biológica de um tecido com a idade cronológica, o que permitiu a obtenção de diversos resultados positivos.
Steve Horvath explicou que “Para combater o envelhecimento, precisamos encontrar uma forma objetiva para medi-lo. Localizar um conjunto de marcadores capaz de medir a idade de todo o corpo foi um desafio que nos tomou quatro anos. Meu objetivo, com a invenção desse relógio, é ajudar os cientistas a melhorar sua compreensão sobre o que acelera e desacelera o processo de envelhecimento humano”.
Ao contrário dos estudos sobre o envelhecimento baseados em saliva, hormônios ou telômeros, o novo mecanismo é o primeiro a identificar um relógio interno capaz de medir separadamente e com precisão a idade de diferentes órgãos, tecidos e tipos de células. Horvath descobriu, por exemplo, que algumas partes do corpo, como os seios de uma mulher, envelhecem mais rápido que outras. Esses resultados podem explicar por que o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres e também por que a idade é um fator de risco de muitos tipos de câncer em ambos os sexos.
Por outro lado, Horvath também observou que as células-tronco pluripotentes – isto é, células adultas que foram reprogramadas para um estado similar ao de uma célula embrionária – têm a capacidade de formar qualquer tipo de célula do corpo e continuar a se dividir indefinidamente. Isso significa que a transformação das células de uma pessoa em células-tronco pluripotentes pode zerar o relógio biológico do corpo e proporcionar aos cientistas um novo biomarcador, importante na pesquisa e no estudo de novas terapias para manter o corpo jovem.
Um dos resultados da pesquisa também mostrou que esse relógio biológico acelera ou desacelera dependendo da idade da pessoa. Desse modo, o relógio anda mais depressa nos recém-nascidos e em crianças, e fica mais lento quando a pessoa chega aos 20 anos de idade.

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