Já vimos coração batendo, traqueias e bexigas crescendo a partir de células-tronco. Agora, os pesquisadores tomaram outro passo importante e criaram cérebro em miniatura.
Os pesquisadores demonstram ainda que esses minicérebros recriam os primeiros passos do órgão natural e podem ser usados para estudar o desenvolvimento e desordens neurológicos. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira na revista especializada Nature.
Eles não estão realmente
funcionando como cérebros - da mesma forma que um carro com o motor em seu telhado
ou rodas em sua capa não é um veículo dirigível - mas as peças estão lá, e isso
é um importante avanço científico, de acordo com Juergen Knoblich, autor de um
novo estudo sobre o uso de células-tronco para crescer tecido cerebral.
Cientistas criaram o que eles
estão chamando de "Organóides cerebrais", usando células-tronco.
Estas
estruturas do tamanho de ervilhas são feitos de tecido do cérebro humano, e eles
podem ajudar os pesquisadores a explorar questões importantes sobre o
desenvolvimento do cérebro e distúrbios que ocorrem durante estes primeiros
estágios da vida.
Brüstle diz que os organoides podem ser um importante passo no estudo do desenvolvimento neurológico, mas ainda estão longe de serem miniaturas perfeitas do cérebro. Segundo ele, áreas que mimetizam o funcionamento do órgão estão distribuídas de maneira randômica e falta o formato e organização espacial vistos no cérebro natural. A falta de um sistema circulatório impede o aproveitamento satisfatório dos nutrientes e limita o crescimento.
"Apesar de áreas do exterior desses organoides claramente carregaram uma semelhança com o córtex cerebral em desenvolvimento, continua incerto se eles podem avançar para a complexa arquitetura de seis camadas de sua contrapartida natural", diz Brüstle.
Esta pesquisa baseia-se em outros estudos que tentaram modelo de tecido do cérebro a partir de células-tronco. Um estudo de 2008 mostrou que as células-tronco embrionárias de camundongos poderiam ser estimulados a produzir "ondas" de neurônios. Um grupo de pesquisa diferente mostrou em 2012 que as estruturas oculares primitivos e retinas estratificadas poderiam formar a partir de células-tronco embrionárias retiradas de ambos os ratos e seres humanos. Os autores do estudo disseram que não têm nenhuma intenção de crescer um cérebro humano em tamanho real.
O cérebro é tão complexo, e as suas regiões tão intimamente integrado,
que seria difícil de reparar qualquer parte específica através de substituição.
Uma
possibilidade mais promissora, segundo ele, seria a de colocar as células-tronco
diretamente no paciente e deixar elas se organizarem. Mas o futuro
desta linha de pesquisa ainda é desconhecida.
Fonte: CNN e Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário