(Usinas emitem vapor no Reino Unido: eliminação de fontes de poluição pode reduzir o aquecimento
Foto: Getty Images)
Cientistas
estão em dificuldades para explicar uma desaceleração do aquecimento global que
expôs lacunas no seu conhecimento, e buscam entender as causas para determinar
se esse alívio será breve ou se o fenômeno é duradouro.
A maioria dos modelos climáticos, geralmente focados em
tendências que duram séculos, foi incapaz de prever que a elevação das
temperaturas iria se desacelerar a partir do ano 2000, aproximadamente. Isso é
crucial para o planejamento em curto e médio prazo de governos e empresas em
setores tão díspares quanto energia, construção, agricultura e seguros. Muitos
cientistas preveem um novo aumento do aquecimento nos próximos anos.
Uma das
teorias para explicar essa pausa diz que os oceanos teriam absorvido mais calor
pelo fato de sua superfície ficar mais fria do que se esperava. Outras
especulam que a poluição industrial da Ásia ou nuvens estariam bloqueando o
calor do sol, ou então que os gases do efeito estufa retêm menos calor do que se
acreditava.
A mudança pode também decorrer de um declínio já observado na
presença de vapor de água (que absorve calor) na alta atmosfera, por razões
desconhecidas. Os cientistas dizem que pode estar ocorrendo uma combinação de
vários fatores, ou variações naturais ainda desconhecidas.
O fraco crescimento econômico mundial e a redução na tendência
de aquecimento global estão afetando a disposição dos governos para fazerem uma
rápida transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis, o que
exige bilhões de dólares. Quase 200 governos já concordaram em definir até 2015
um plano para combater o aquecimento global.
"O sistema climático não é tão simples
quanto as pessoas acham", disse o estatístico dinamarquês Bjon Lomborg,
autor do livro O Ambientalista Cético.
Ele estima que um aquecimento moderado seria benéfico para as lavouras e para a
saúde humana.
O
químico sueco Svante Arrhenius mostrou pela primeira vez na década de 1890 como
as emissões de dióxido de carbono a partir do carvão, por exemplo, prendem o
calor na atmosfera. Muitos dos efeitos exatos ainda são desconhecidos.
As emissões de gases do efeito estufa atingiram níveis recordes
repetidamente com um crescimento anual de cerca de 3% na maior parte da
década até 2010, em parte alimentada por aumentos na China e na Índia. Emissões
mundiais foram 75% maiores em 2010 do que em 1970, segundo dados da ONU.
Um rápido aumento das temperaturas globais nos anos 1980 e 1990
- quando as leis de ar limpo em países desenvolvidos reduziram a poluição
e deixaram o sol mais forte na superfície da Terra - serviu como um
argumento convincente de que as emissões de gases do efeito estufa eram
culpadas pelo aquecimento.
O painel de especialistas sobre clima da ONU (IPCC) vai procurar
explicar a pausa atual no aquecimento em um relatório que será divulgado em
três partes a partir de final de 2013, com o objetivo de servir como um roteiro
científico principal para os governos na mudança de combustíveis fósseis para
as energias renováveis, como a energia solar ou eólica.
Veja uma entrevista no Jô Soares do André Trigueiro
E mais uma opinião:
Fonte: Terra
(Urso polar - Simbolo do "aquecimento global")
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